9 de fevereiro de 2015

Uma tarde inesquecível na Rick and Roll



Sábado foi dia de dois eventos de primeira, e eu tive que optar por um deles. Como já tinha ido à Feira do Vinil de Santo André no mês passado, escolhi ir com meu filho Gabriel ( olha ele aí again) na famosa loja de discos Rick and Roll, no lançamento da segunda edição do livro do Ronaldo Estevam, "Manual do Candidato a Pop Star", um honesto e divertido relato autobiográfico de suas três décadas de experiência dentro da indústria cultural. Conheço o Ronaldo desde os anos 80, época da formação de suas primeiras bandas. Nunca esqueço quando ia comprar pão na padaria perto de casa ( Canoa) e um quarteirão antes, já era possível ouvir um som rolando no ar, em um volume considerável para aquela hora da manhã. Era o Ronaldo, vizinho da padaria, ensaiando com sua banda, invariavelmente com seus amigos Haroldo, Carlão ou Corradini, mandando ver no velho e bom rock! Ultimamente, o contato era só via internet, mas ontem consegui finalmente reencontrá-lo ao vivo. O grande Haroldo Monteiro, o mesmo amigo em comum daqueles tempos, já estava presente. A família de Ronaldo - sua mãe, irmã e cunhado - chegou logo depois. A nova Rick and Roll Discos, do incansável Ricardo Martins ( cujo apelido dá nome à sua loja) agora fica no térreo da galeria do número 85 da Av. Francisco Matarazzo (loja 5), no centro de São Caetano e está com o mesmo clima e layout da pioneira Rick and Roll da Rua Baraldi, fundada nos anos 80. A tarde foi muito enriquecedora. Ganhei dedicatória no meu exemplar do livro e ainda levei pra casa o CD "Algum Lugar pro Amor", pacote do Ronaldo que sorverei na semana. Já a conversa musical, ampla e irrestrita, nos levou a discutir a cena roqueira atual, a importância de algumas bandas oitentistas brasileiras, a visível lacuna dos anos 90, a surf music, a droga no rock, Mutantes, Marmelades ( Rick mostrou um vídeo incrível dos membros da banda cantando maravilhosamente bem, 40 anos depois), Free, os estradeiros Almir Sater e Zé Geraldo, Michael Jackson, o grunge, a cena do ABC, lembranças das brigas entre os punks e os cabeludos nos anos 80, entre tantos outros assuntos. O amigo do Rick e frequentador da loja Fantomas, ajudou nessa sadia conversa de louco ( e também ajudou nas fotos). O auge desse papo transcendental foi quando descobri entre os compactos à venda, um do lendário Harry Nilsson, um compositor que fez muita música, romântica inclusive, para vários músicos da virada dos anos 60 para os anos 70 e se tornou grande amigo de John Lennon, inclusive protagonizando ao seu lado as polêmicas noitadas no período que Lennon chamou de "fim de semana perdido". Nilsson faleceu em 1994 e deixou alguns clássicos como o tema de Midnight Cowboy. Quando estávamos às gargalhadas com a aparição de Nilsson à nossa roda, eis que surge o Carlos (Neno), outro velho amigo da antigas formações musicais de Ronaldo, e aí pra finalizar com chave de platina, rolou uma session descontraída com Legião Urbana e Beatles, bandas aliás, que estão entre as preferidas minhas e de meu escudeiro Gabriel. Abaixo, algumas imagens capturadas dessa tarde tranquila e mágica, incluindo detalhes e itens incríveis dessa loja que já virou patrimônio musical atemporal de São Caetano do Sul e do rock brasileiro. (créditos das fotos: Rick and Roll; Ronaldo Estevam e Marcos Massolini)

Da esquerda para a direita: Rick com a mascote da loja, Gabriel, Ronaldo, Malu, Haroldo e Neno













e aqui, o vídeo feito durante a "session":
https://www.facebook.com/video.php?v=10202656235121758

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