18 de outubro de 2013

A Volta do Peixe Peludo


No final de 2010, um ser zoomórfico, com cara de peixe, pés humanos, pelos por todo o corpo e boemia underground inerente, virou personagem principal de um caprichado álbum de HQ idealizado pela dupla Rafael Moralez (textos) e Rodrigo Bueno (desenhos), sucesso de crítica e indicado a três prêmios HQMix (post: (http://almanaquedomalu.blogspot.com.br/2010/12/um-peixe-trompetista-peludo-e-ranzinza.html ). Eis que dois anos depois, o Peixe Peludo dá as caras again, via Catarse (detalhes aqui: http://catarse.me/pt/peixepeludo2 ). Pra quem não sabe, Catarse é a maior plataforma de financiamento coletivo (crowdfunding) do Brasil, viabilizando em quase três anos de existência cerca de 700 projetos criativos. Eu contribuí sem pestanejar (viva o quadrinho independente!) e o processo é bem rápido e indolor – as opções vão desde o livro autografado até recompensas adicionais como adesivos, camisetas e páginas originais.Conversei no FB com Rafael Moralez para saber mais detalhes dessa volta “catártica” do Peixe Peludo:

AM: Rafael, você e o Rodrigo já tinham uma trilogia em mente quando lançaram o primeiro álbum do Peixe Peludo?
RM: Sabíamos que ia ser mais de um número, mas não era certo quantos. A trilogia surgiu quando começamos a escrever o segundo. Três é um número bom.

AM: O Rodrigo comenta no vídeo de divulgação do projeto que essa nova história está ainda melhor que a primeira. Você também acha isso?
RM: Ela tá bem mais pesada, dias atrás reli e achei boa, se não tivesse gostado diria numa boa. Acredito que amadurecemos mais o personagem e temos mais claro para nós quem ele é. A ideia da trilogia ajudou nisso, agora sabemos pra onde ele vai e o que temos que fazer com a história. Parece que não tem sentido, mas o terceiro número vai fechar tudo isso, vai ser bem legal!

AM: O Peixe Peludo de 2010, ranzinza, musical, boêmio, urbano, é o mesmo Peixe Peludo de 2013?
RM: Um pouco sim, mantivemos suas características. Não vejo ele como ranzinza, mas sim como um sujeito crítico, que observa a sociedade e o mundo a sua volta com personalidade de pensamento. Ele não é mais um cordeiro que abaixa a cabeça na cidade de São Paulo, ele é um ser que pensa muito sobre as coisas. Acho o peixe um personagem bastante lúcido e um tanto revoltado com o mundo.

AM: A opção para esse novo álbum é a via independente. Como você vê essa tendência de lançamentos “sem editora” nos quadrinhos? Esse caminho foi natural para vocês ou brotou diante das adversidades do mercado?
RM: O caminho surgiu quando a editora que acenou dizendo que ia lançar o número dois deu pra trás e disse que não ia mais lançar. Estávamos com ele quase pronto. Tanto eu como Rodrigo sempre fizemos Fanzine no melhor esquema “faça você mesmo”; não tivemos a mínima dúvida e encaramos isso numa boa. Acho que é o caminho sair das editoras, gravadoras e até livrarias - só assim podemos ter uma verdadeira cena independente de quadrinhos no Brasil; e tem muita gente fazendo trabalhos excelentes. Quanto menos gente entre você e o leitor, melhor.

AM: No caso do Peixe Peludo, conseguindo a arrecadação necessária no Catarse, quais são os próximos passos até o volume chegar às mãos do leitor? Esse nº 2 da trilogia será posteriormente vendido em livrarias ou eventos? 
RM:Assim que terminar o tempo de arrecadação do Catarse vamos correndo pra gráfica, pois queremos entregar os exemplares aos colaboradores em dezembro. Vamos vender o número dois de mão em mão e deixaremos alguns em livrarias de quadrinhos em São Paulo. O projeto tem uma página no facebook (https://www.facebook.com/PeixePeludo?ref=hl) Vamos usar ela com contato para quem quiser comprar um exemplar.   

AM: Obrigado pelas informações, Rafael! E muita boa sorte para vocês, incluindo o Peixe Peludo, claro. Abraço.
RM: Nós todos que agradecemos. Muitíssimo obrigado!! Abração!

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